A morte do escritor português José Saramago, ocorrida em 18 de junho, atraiu os olhares da mídia e do público para o universo nem sempre muito popular da literatura - e isso em plena copa do mundo de futebol. Em meio a jogos em mega-estádios, reprises de jogos e mesas-redondas infindáveis, a notícia do falecimento do único prêmio Nobel de Literatura em língua portuguesa ganhou o seu destaque na pauta da imprensa nacional e internacional. Nesse sentindo, e em se tratando de Brasil, a repercussão de tal notícia por aqui é, no mínimo, curiosa - e nos põe a pensar que Saramago foi, de fato, um gênio. Afinal, a comoção - mesmo que discreta - dos leitores brasileiros em relação à morte do escritor português talvez nos possa sugerir que, mesmo não sendo um autor de best-sellers nem de "auto-ajuda", Saramago conquistou um público fiel e se fez lido em nossa terra.Num país em que os índices relativos à leitura são péssimos e as listas dos livros mais vendidos são dominadas por obras puramente comerciais e sem qualquer apuro literário, Saramago atingiu picos de popularidade normalmente restritos aos "pops" da indústria cultural que sustentam as grandes editoras e livrarias. Dessa forma, e entre os apelativos sucessos teens convertidos para o cinema - como "Códigos Da Vinci" e "Harry Poters" -, Saramago também pode ver, por exemplo, um de seus fantásticos romances maravilhosamente transportado para as películas do cinema - é o caso de "Ensaio Sobre a Cegueira," dirigido pelo brasileiro (e também genial) Fernando Meirelles.
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O Educativa apresenta neste sábado (3/jun.) - às 10h30 - e no domingo (4/jun.) - às 21 horas - um especial sobre a vida e obra de José Saramago.


